Dados vindos de funcionários do alto escalão da FDA fragilizam as garantias de segurança da população

http://www.ewg.org/issues/siteindex/issues.php?issueid=5035/.&p&

Testes Detectam Alta Contaminação com Benzeno em Refrigerantes Diet -
79% das Amostras estão acima do Limite da Água Potável.

 (WASHINGTON, 04 de abril de 2006) – Uma investigação por computador feita pelo Environmental Working Group (EWG) descobriu resultados de um programa de análises da Agência de Alimentos e Fármacos dos EUA (nt.: Food and Drug Administration – FDA) que contradizem  a cobertura das garantias de segurança sobre a contaminação de benzeno em refrigerantes feitas por funcionários do alto escalão em 21 de março de 2006. Os dados da FDA mostra que 79% das amostras de refrigerantes diet testados por um período de mais de seis anos de 1995 a 2001, estavam contaminados com benzeno em níveis acima do limite federal de benzeno em água tratada.

Os resultados das análises da FDA enterrados profundo dentro de um programa de análises obscuro chamado de Estudo Diet Total foi colocado no website da EWG (were posted)  www.ewg.org, alguns dias depois do funcionário do alto escalão da FDA assegurar ao público que não havia ameaça pela presença deste químico tóxico em refrigerantes. Neste mês de abril, a agência de saúde pública da Inglaterra removeu alguns refrigerantes das prateleiras de mercados em razão da contaminação com benzeno.

Em 28 de março de 2006, a agência de notícias Associated Press publicou uma reportagem sobre o consumo nacional, “Não há preocupações de segurança com análises dos refrigerantes com benzeno”, baseada em parte nas afirmativas dadas por Robert E.Brackett, diretor do Centro para a Segurança Alimentar e Nutrição Aplicada da FDA, que os níveis de benzeno em bebidas “não sugere preocupações de segurança.” Brackett disse que os resultados “mostraram que o benzeno foi detectado em níveis insignificantes” nos refrigerantes.

Mas os resultados das análises mais recentes da FDA de 1995 a 2001, disponíveis com Brackett neste tempo, revela um quadro de contaminação muito diferente para os refrigerantes e outras bebidas populares.

Entre 1995 e 2001, a FDA testou 24 amostras de refrigerantes por benzeno em seus Estudo Diet Total: dezenove (79%) estava contaminados com benzeno acima do padrão federal para água potável de 5 partes por bilhão (ppb). O nível médio de benzeno era 19 ppb, quase quatro vezes o padrão da água potável. O máximo detectado foi 55 ppb, 11 vezes o limite da água potável. Cada teste resultado da análise é originário de três aquisições de refrigerantes individuais em três diferentes cidades que são misturados para fazer um amostra.

Nem marcas nem fabricantes foram identificados nos resultados da análise da FDA.

Resultados de análises de outras bebidas também revelaram a presença de altíssimos níveis de benzeno. Uma das colas testada pelo FDA, estava contaminada com 138 ppb, 27 vezes o limite de 5 ppb da água potável, e um suco de frutas tinha 95 ppb. Sucos de laranja e grapefruit também tinham benzeno em níveis bem acima do nível de preocupação de 5 ppb da FDA.     

“Estes resultados confirmam nossas suspeitas que são altamente elevados os níveis de benzeno em alguns refrigerantes muito populares”, diz Richard Wiles, vice-presidente mais antigo do EWG. “Uma vez mais a FDA se alia com as grandes companhias de alimentos e engana os consumidores com relação ao problema do benzeno em bebidas, retendo informações e estabelecendo e liberando as bebidas sendo contraditada pelos resultados de suas próprias análises”.

As autoridades inglesas ordenaram a retirada de quatro marcas de bebidas em razão da contaminação com benzeno. Em contraste à política da FDA de reter os resultados das análises do público, “a [Agência Britânica de Padrões Alimentares] liberou imediatamente os resultados das análises para conhecimento de todos de 149 bebidas incluindo uma variedade de sucos de frutas, ice tea, squash, frizzy e com baixos teores de açúcar,” de acordo com o artigo de 01 de abril de 2006 do The Times of London (nt.: artigo traduzido e presente neste site).

“Este é um problema fácil para consertar,” disse Wiles. “A FDA podia fazer o que os responsáveis pela segurança alimentar ingleses fizeram: revelar os resultados das análises que os contribuintes pagaram para se fazer. Contar aos consumidores quais produtos contém altos níveis de benzeno. Informar os consumidores as circunstâncias sob as quais o benzeno é formado – tais como estocagem prolongada sob condições de calor.”

“A população ainda está comprando e bebendo bebidas diet na Inglaterra. A população ainda está consumindo refrigerantes e sucos no Reino Unido na medida em que vêem saúde. Eles estão começando a saber, já que o seu governo os informa, quais marcas evitar enquanto estes produtos continuarem no tempo a ter níveis inaceitáveis de benzeno, um conhecido carcinogênico humano.”

A toxicidade do benzeno não está em discussão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, “ o benzeno é carcinogênico para humanos e não há nível seguro de exposição que possa ser recomendado.” Está diretamente conectado à leucemia e atravessa a barreira placentária em direção ao feto em níveis maiores ou iguais às quantidades presentes no sangue da mãe. Esta substância química freqüentemente é detectada em suprimentos alimentares como resultado da poluição industrial, tornando as exposições adicionais e evitáveis de plano de muita preocupação.

Wiles observou que muitos estados adotaram padrões rígidos quanto ao benzeno na água potável. Água encanada com benzeno acima de 5 ppb pode ser ilegal e não pode ser permitida para consumo conforme a lei federal. Na realidade, água engarrafada com maiores quantidades do que 5 ppb não pode ser vendida. No entanto, refrigerantes diet com níveis tais ou maiores do que este está perfeitamente legal. New Jersey permitiu somente 1 ppb na água tratada e a Califórnia tem o padrão para água potável que é 33 vezes mais protetora do que a EPA na casa de 0,15 ppb.

Além dos refrigerantes diet, os dados parecem fornecer as bases para análises adicionais de alguns produtos e para advertir os consumidores quanto a outros, mas para começar a FDA não fez nada. Por exemplo:     

  • A FDA reporta um recorde de 95 ppb num suco de frutas em pó, mas por outro lado reporta resultados de somente uma amostra adicional, dificilmente uma base suficiente para concluir que os níveis em bebidas em pó estão abaixo de 5 ppb.
  • A agência também reporta um severamente elevado resultado de 138 ppb em uma cola não-diet que os estudos mais antigos da FDA indicavam que poderia ser resultado da forma como o produto foi transportado e estocado.

“Esta é provavelmente uma explicação inocente para esta falha da FDA ao tornar público estes dados, mas os consumidores gostariam naturalmente de ouvir o que é isto,” diz Wiles.

Começando em 1961, o Estudo Diet Total foi originalmente projetado para monitorar os suprimentos alimentares quanto à presença de radioatividade nuclear advinda das partículas radiativas que eram liberadas dos testes com armas nucleares. Desde então tem sido expandido para fornecer um quadro detalhado da contaminação química nos suprimentos alimentares dos norte-americanos.

No sentido de criar um quadro completo da totalidade da contaminação dos suprimentos alimentares, os funcionários da FDA vão trimestralmente aos supermercados, aos armazéns de bairro e restaurantes de fast food em três cidades diferentes em uma das quatro regiões – oeste, centro norte, sul e nordeste – e compram alimentos de 280 categorias diferentes. Cada região é amostrada pelo menos uma vez ao ano. As amostras são então embarcadas de maneira refrigerada para o laboratório central da FDA onde as amostras de cada categoria de alimentos das três cidades são combinadas e preparadas como se o consumidor fosse comê-las. Refrigerantes comprados nas três cidades dentro de cada região são combinadas para formar uma só amostra, enquanto os sucos em pó e os concentrados são transformados em sucos.

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EWG é uma organização sem fins lucrativos com sede em Washington, D.C., que utiliza o poder da informação para proteger a saúde humana e do ambiente. Este trabalho sobre benzeno está disponível na página http://www.ewg.org/issues/siteindex/issues.php?issueid=5035/.&p&

  Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2006.